No menu items!
21.2 C
Sete Lagoas
terça-feira, 10 dezembro 2024
- Publicidade -spot_img

Com possível cassação de Moro, partidos já estão de olho na vaga

Mais lidas

Ações no TRE-PR podem levar à cassação de toda a chapa por irregularidades na campanha de 2022. Se confirmada, haverá nova eleição para senador no Paraná

As ações que pedem a cassação do senador Sergio Moro (União-PR) desencadearam uma prévia eleitoral fora de época no Paraná. Integrantes do PT — autor de um dos pedidos — já se articulam para determinar quem será o nome da legenda à vaga no Senado, caso ela seja desocupada. O processo, que tramita no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), pode levar à cassação de toda a chapa por irregularidades durante a campanha do ano passado. Se confirmada, a decisão levará a um novo pleito para senador no estado.

Mas não é só o PT que está de olho na vaga. O PL, de Jair Bolsonaro, também participa da batalha judicial, e vê a chance de assumir o cargo de Moro. O candidato da legenda no ano passado, Paulo Martins, ficou em segundo lugar na disputa. O ex-deputado Ricardo Barros, do PP, também declarou publicamente que participará da nova eleição, caso ela ocorra. Ao todo, pelo menos seis nomes se articulam. A decisão, porém, deve demorar. Além de ser aprovada no TRE-PR, a ação precisará ser referendada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, então, confirmada pelo Senado Federal.

“Ele (Martins) pretende concorrer também, assim como vários outros candidatos deverão disputar a eleição”, declarou Barros a jornalistas, após sessão da Assembleia Legislativa do Paraná. O ex-parlamentar relatou que já acertou sua candidatura com o partido. Questionado sobre a possibilidade da cassação de Moro, ele avaliou que, se depender da jurisprudência, ela ocorrerá. “Houve um processo idêntico, o da juíza Selma (Arruda), que foi cassada lá no Mato Grosso. Se não houver mudança no entendimento do tribunal, o processo será o mesmo”, pontuou.

A ex-senadora e ex-juíza era conhecida por ter atuação parecida com a de Moro à frente da 7ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, no combate ao crime organizado. Sua chapa foi cassada por não ter declarado à Justiça Eleitoral um empréstimo de R$ 1,5 milhão que pegou de seu suplente, o que foi considerado “caixa 2” e abuso de poder econômico — acusações às quais Moro também responde.

O ex-senador Álvaro Dias (Podemos), desbancado pelo ex-juiz e seu antigo padrinho político, também é considerado um candidato natural ao pleito, embora ainda não tenha se manifestado.


No PT, circulam pelo menos três postulantes ao cargo: a presidente nacional da legenda, deputada Gleisi Hoffmann; o líder do partido na Câmara, deputado Zeca Dirceu; e o deputado estadual Roberto Requião Filho. Dirceu e Gleisi polarizam a disputa, ligados a alas distintas do PT paranaense.


Requião, filho do ex-governador Roberto Requião, também declarou a intenção de disputar. Nos bastidores, ele não descarta se desfiliar do PT e concorrer por outro partido, caso a legenda não o favoreça. Dirceu e Gleisi tentam agora angariar o apoio do clã Requião e podem negociar, inclusive, cargos no governo federal, já que o clã não se sentiu contemplado na composição do governo Lula. Pela proximidade com o presidente, e maior influência para oferecer cargos, a deputada é tida como a candidata mais provável.


Publicamente, integrantes do PT dão como certa a cassação de Moro. Na semana passada, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, postou uma foto ao lado de Gleisi e a chamou de “futura senadora”, o que gerou reação por parte de aliados do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL). O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente, questionou se a primeira-dama, “antecipando possíveis resultados de uma questão judicial”, estaria extrapolando o seu papel, pressionando e tentando interferir na decisão, ou se o Judiciário estaria “atuando em prol do Executivo”.


Moro, por sua vez, agradeceu o apoio e disse que a fala de Janja é “um desrespeito aos 1,9 milhão de eleitores” que o elegeram. Gleisi, por sua vez, disse que o ex-juiz já tem convicção de que será cassado, e que está tentando interferir nas eleições. “Calma, rapaz. Por enquanto, só teremos eleições para o Senado em 2026. Até lá, vamos aguardar o pronunciamento da Justiça sobre o seu caso. É disso que você tem medo?”, disse a deputada.


Procurado pelo Correio, Moro, pela sua assessoria, disse estar tranquilo sobre o desfecho das ações. “O PT tem um problema com a oposição. Então, não tendo ganho nas urnas do Paraná, pretende cassar mandatos de adversários políticos relevantes. O senador Sergio Moro está tranquilo, pois os fatos e a lei estão ao seu lado”, frisou, em nota.

Abuso de poder na campanha

Moro é alvo de duas ações por supostas irregularidades na campanha eleitoral. Foram ajuizadas por legendas que estão em espectros políticos opostos: pelo PL e pela Federação Brasil da Esperança, composta pelo PT, PCdoB e pelo PV. Os processos foram unidos por determinação do desembargador Mário Helton Jorge, do TRE-PR, por conterem argumentos parecidos sobre o mesmo tema. Em sua decisão, o magistrado autorizou a oitiva de 10 testemunhas e o recolhimento de provas. Ele, porém, negou pedidos de quebra de sigilo bancário, telemático e fiscal do senador, bem como o pedido para busca e apreensão contra Moro.


Em resumo, os processos apontam que o ex-juiz teria agido irregularmente ao lançar sua candidatura à Presidência da República pelo Podemos, e depois ter migrado para o União Brasil para concorrer como senador. A disputa da Presidência tem teto de gastos muito maior do que aquela pelo Senado, com muito mais visibilidade, e teria colocado uma “pá de cal” nas chances dos concorrentes, segundo o PL. A Federação liderada pelo PT, por sua vez, ainda afirma que há indícios de “inúmeras ilicitudes” contra as normas eleitorais e “movimentações financeiras suspeitas”. Há ainda acusação de “caixa 2”.


Segundo o consultor de Análise Política da BMJ Consultores Associados Érico Oyama, a possibilidade de nova eleição é uma oportunidade para que deputados disputem um cargo de maior longevidade, de forma mais tranquila, já que conquistaram a reeleição no ano passado. “As negociações políticas antecipadas ocorrem para que, em caso de confirmação de disputa, o candidato esteja fortalecido e com apoio mínimo necessário”, disse Oyama.


Ele destaca que a possibilidade de assumir a vaga de Moro é ainda mais importante para o governo, que pode aumentar sua base no Legislativo. As movimentações antecipadas também são importantes para o PT por existir mais de um nome na corrida pela vaga ao Senado.

“Em caso de cassação de Moro, o PT terá que passar por uma disputa interna entre dois deputados relevantes do partido. Gleisi Hoffmann é presidente nacional do partido, já foi senadora e decidiu migrar para a Câmara para não correr o risco de ficar sem mandato. Já Zeca Dirceu é o atual líder do PT na Câmara e cogita concorrer à prefeitura de Curitiba no próximo ano”, explicou.

- Publicidade -

Mais notícias

- Publicidade -

Últimas notícias

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Importante: Este site faz uso de cookies que podem conter informações de rastreamento sobre os visitantes.