Ações foram discutidas em encontro entre gestores da Universidade e da prefeitura do município
A Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, será revitalizada para se consolidar como importante espaço de ensino, pesquisa e extensão da UFMG. Ações nesse sentido foram discutidas em encontro que reuniu, na última quinta-feira, dia 10, a reitora Sandra Regina Goulart Almeida e uma comitiva municipal liderada pela prefeita Eloísa Helena Carvalho Pereira.
Desde 2019, a UFMG está autorizada pelo governo federal a usar 419 hectares da fazenda, localizada a 35 quilômetros do vetor Norte de Belo Horizonte e circunvizinha ao aeroporto de Confins. Uma das instalações que integram a fazenda é a casa onde o médium Chico Xavier trabalhou durante 25 anos e que deverá ser aberta para visitas após passar por adequações.
“Pretendemos transformar a fazenda modelo em espaço de integração da UFMG com a cidade. Além de ambiente de ensino, pesquisa, extensão, desejamos que a população também usufrua dela”, afirma a reitora Sandra Goulart Almeida. Além de ambiente de ensino, pesquisa, extensão, desejamos que a população também usufrua dela”, afirma a reitora Sandra Goulart Almeida. Além da prefeita Eloísa Helena, ela recebeu, em seu gabinete, a vice-prefeita Ana Paula Santos, os secretários de Meio Ambiente, Mauro Lobato, de Planejamento, Gerson Alfredo Viana dos Santos, de Cultura, Lazer e Turismo, Patrícia Rafael, e o chefe da Divisão de Cultura e Turismo, Sander Palmer.
Durante o encontro, a comitiva da Prefeitura de Pedro Leopoldo apresentou proposta que se coaduna com a visão expressa pela UFMG. No documento, os gestores do município definem a fazenda modelo como “espaço de lazer, turismo e resgate da memória coletiva da população”.
Campus avançado
O vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira, que preside o comitê gestor da fazenda, identifica na área potencial para se transformar em um campus avançado da UFMG nas áreas do meio ambiente e da sustentabilidade. “A fazenda sempre foi muito importante para a vida econômica da região, e essa futura parceria com a Prefeitura poderá reconectar a fazenda com a cidade”, afirma ele. Essa cooperação deverá se materializar com assinatura de protocolo de intenções e de convênio.
De acordo com a professora Zélia Lobato, diretora de Cooperação Institucional, a revitalização da casa onde Chico Xavier trabalhou é uma das principais ações em estudo pela UFMG e pela Prefeitura de Pedro Leopoldo, que deverão contar com a parceria da Federação Espirita Brasileira e da União Espírita Mineira. “Há uma demanda da comunidade local de reabertura da casa, e isso poderá implicar a reestruturação do paisagismo e da iluminação do local, também com apoio da Prefeitura de Pedro Leopoldo”, diz Lobato. No edifício, o médium atuou como servidor do Ministério da Agricultura, de 1933 a 1958, e psicografou o livro Paulo e Estevão, uma de suas mais célebres obras.
Zélia Lobato conta, ainda, que a UFMG tem outros planos para ampliar a sua presença na comunidade de Pedro Leopoldo, como a participação nas atividades do centenário do município, que será comemorado em janeiro de 2024.
Entre outros projetos, a Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo abriga o Centro de Ensino e Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Medicina e Cirurgia de Equídeos (Equinova), coordenado pelo professor Armando de Mattos Carvalho, da Escola de Veterinária, um sistema para medição de impedância de malha de aterramento de linhas de transmissão, gerido pelos professores José Oswaldo Saldanha Paulino e Eduardo Nohme Cardoso, da Escola de Engenharia, e um núcleo de produção e capacitação tecnológica em apicultura, conduzido pela professora Débora Cristina Sampaio de Assis, da Escola de Veterinária.
Ocupação e cessão
Criada na década de 1920 pelo governo federal, a fazenda modelo tinha o intuito de contribuir para o avanço da pecuária regional. Nas décadas seguintes, ela foi sendo gradativamente desativada e passou a alojar, a partir de 1978, o Laboratório Nacional de Referência Animal (Lara), hoje Laboratório Federal de Defesa Animal (LFDA).
Em 1993, seus 448 hectares passam a ser ocupados de forma ordenada pela Escola de Veterinária da UFMG com atividades de ensino, pesquisa e extensão. Em 2019, a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) autorizou a UFMG a ocupar 419 hectares da fazenda por meio de termo de cessão de uso.
